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Professora e doutoranda do PPGCOM dão entrevista à revista do MIT

A professora e pesquisadora Tatiana Siciliano (PPGCOM PUC-Rio) e a aluna Marina Burdman, doutoranda do programa, participaram como entrevistadas da reportagem de capa da edição brasileira da publicação MIT Technology Review Brasil, dedicada a uma discussão sobre o entretenimento. Com o título De Olhos Bem Abertos, a matéria indica no subtítulo que a proposta é promover reflexões sobre o tema.

Na reportagem, Tatiana Siciliano avalia o entretenimento, da forma como se compreende hoje, como uma construção recente, surgida da “separação entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer”. De acordo com a pesquisadora, somente a partir do século 19 o entretenimento passou a ser entendido como preenchimento do vazio, “transformando o momento de ócio em algo produtivo”. Tatiana destaca que a forma de se entreter sofreu mudanças profundas devido a vários fatores que impactaram a sociedade: o aumento da população das cidades e as tecnologias emergentes, como a eletricidade, as ferrovias e os novos meios de comunicação, como o telégrafo, o telefone, o rádio e o cinema.

Ainda segundo a pesquisadora, essas transformações fizeram com que o lazer fosse transformado em mercadoria e passasse a ser oferecido para a classe popular os trabalhadores, “que começam a ser vistos como consumidores, peças fundamentais para o mercado”. Na percepção de Tatiana Siciliano, o entretenimento passa então a ser consumido em uma lógica de constante produtividade.

A reportagem da revista também abordou aspectos atuais do entretenimento, com ênfase na produção audiovisual on demand, por meio do streaming. Entrevistada pela publicação, a roteirista e doutoranda do PPGCOM PUC-Rio, Marina Burdman, relembrou as transformações desta forma de se consumir conteúdo com as novelas de televisão, uma outra forma de se entreter que marcou as décadas finais do século 20. Segundo a pesquisadora, o conteúdo das novelas era produzido considerando-se que haveria um intervalo entre um episódio e outro. Segundo ela, hoje, a maioria dos conteúdos nas novas plataformas de streaming é feita sem a necessidade da pausa. Dessa forma, espectador não dispõe mais de período de reflexão em proporcionado pelo hiato – geralmente de 24 horas – entre um capítulo e outro.

Na avaliação de Marina Burdman, esse modelo de oferta de conteúdo “está intimamente ligado a mudanças na experiência de temporalidade dentro da cultura digital”. De acordo com a pesquisadora, “a ideia é manter você o tempo inteiro com a atenção voltada para o consumo. É preciso ter esse presente preenchido a todo momento”, afirmou Marina à revista.

A reportagem que contou com a participação de Tatiana Siciliano e Marina Burdman foi produzida por Gabriela Nascimento, Letícia Santos e Natanael Damasceno – este último egresso do PPGCOM, onde obteve grau de mestre.


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