Programa

Notícias

Professora Vera Figueiredo discute narrativa e ética no cinema brasileiro do século XXI

No campo da literatura, a partir do final do século XIX, o ceticismo diante da possi-bilidade de uma representação objetiva, a ideia de que, antes de qualquer conteúdo ideológico, já seria ideológica a pretensão do narrador de representar a realidade, tem como resultado a perda de espaço da narrativa em terceira pessoa: esta cede lugar aos relatos em primeira pessoa, nos quais o narrador, frequentemente, se autoparodia, como se tivesse de se justificar, de pedir desculpas por ter ousado relatar algo, multiplicando-se os pontos de vista de modo a relativizar qualquer certeza. No âmbito deste artigo, busca-se pensar tal questionamento da objetividade narrativa no campo cinematográfico, considerando a crítica realizada, no Brasil, a partir dos anos 70, à “voz do saber” e ao uso da terceira pessoa, predominante no discurso do Cinema Novo. Parte-se da conjunção, no pós-golpe militar, entre a autocrítica dos cineastas intelectuais e o surgimento do cinema direto, com captação simultânea de imagem e som, para pensar a opção pelo ponto de vista – primeira ou terceira pessoa – no atual cinema de ficção brasileiro e sua relação com as demandas éticas e políticas que têm pontuado as duas primeiras décadas do século XXI.

FOLLAIN DE FIGUEIREDO, V. L.; MIRANDA SILVA, E. Narrativa e ética no cinema brasileiro do século XXI:A questão do ponto de vista. Lumina, v. 13, n. 1, p. 47-61, 30 abr. 2019.


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DO RIO DE JANEIRO

Rua Marquês de São Vicente, 225
- Prédio Kennedy - 6° andar Gávea
Rio de Janeiro, RJ - Brasil - 22451-900
Cx. Postal: 38097
tel. +55 (21) 3527-1144 . poscom@puc-rio.br