Programa

Linhas de pesquisa

Comunicação e Produção

Estudo das relações entre produções midiáticas e atividades socioculturais, privilegiando as interações e sistemas de poder implicados nos processos de construção das narrativas de comunicação. Os usos das tecnologias de comunicação, as negociações políticas, as mídias sociais e as disputas pelo controle da produção midiática.

Veja os projetos desta linha de pesquisa: 

Comunicação política comparada: mídias digitais e democracia na América Latina

Docente: Arthur Ituassu

Descrição: Este é um projeto de Comunicação Política Comparada que analisa as consequências das mídias digitais para as democracias na América Latina. Trata-se de uma pesquisa colaborativa de cunho qualitativo e interpretativo que pergunta, de forma mais geral, como a internet afeta o desenvolvimento democrático na região. A investigação procura analisar percepções e representações em torno do tema proposto, privilegiando o estudo de caso, como estratégia de pesquisa, e metodologias como as entrevistas semiestruturadas e a análise qualitativa de conteúdo. A partir dessa concepção mais ampla, são desenvolvidas três questões específicas: 1) como as mídias digitais afetam os processos eleitorais na América Latina?; 2) que significados temas políticos como democracia, transparência e populismo ganham nas mídias digitais?; e 3) como levar em conta as especificidades da região nos modelos de análise de Comunicação Política Comparada?

 

Esfera pública automatizada: desafios da datificação e da inteligência artificial para a comunicação
Docente: Marcelo Alves

Descrição: Esse projeto busca entender a crise epistêmica como um epifenômeno de crises e de transformações mais amplas na comunicação. Dessa forma, situa o problema como uma consequência do capitalismo digital. Nesse sentido, é necessário investigar como as infraestruturas digitais de automação midiática com base em inteligência artificial e big data atuam como mecanismos epistêmicos. Para isso, estabelecemos diálogos com diferentes marcos teóricos e conceitos, como: comunicação e cultura digital, plataformização, datificação e estudos críticos sobre algoritmos, inteligência artificial e big data. A ideia é articular os objetos e temas de pesquisa, como capitalismo digital, crise epistêmica, personalização, hiper-segmentação, mídia programática e ativismo de dados a partir de um arcabouço teórico mais robusto sobre os desafios do capitalismo digital. As perguntas e questões específicas serão desenvolvidas do ponto de vista empírico por uma abordagem quanti-quali combinando métodos digitais e ciências sociais computacionais. O projeto tem potencial significativo de impacto internacional ao estabelecer diálogos com várias agendas, como os estudos críticos sobre dados, algoritmos e inteligência artificial, plataformização da sociedade, midiatização da ciência, métodos digitais, ciências sociais computacionais e democracia digital. Além disso, o impacto local é derivado tanto das possibilidade de desenvolvimento de produtos de inteligência de dados e comunicação científica, quanto de iniciativas de pesquisa-ação em interface com a sociedade civil para fomentar práticas de literacia de dados e ativismo analítico.

Jornalismo, Mídias Digitais e Economia Política da Comunicação
Docente: Patrícia Maurício

Descrição: A pesquisa analisa a disrupção do modelo de negócios das mídias tradicionais pela internet. A publicidade está se transferindo cada vez mais para a internet, onde a concorrência pela verba dos anunciantes é muito maior, fazendo com que o financiamento do jornalismo on line pela publicidade se torne um enorme desafio. Estas mudanças no jornalismo estão dentro de um contexto maior de transformações trazidas pelas novas tecnologias da informação. Isso tem levado a mudanças no modo de produção, distribuição e consumo do jornalismo, e também a disputas judiciais entre a grande imprensa, tanto do Brasil quanto do mundo, contra empresas de tecnologia que ganham dinheiro sobre conteúdo produzido por ela. As novas experiências de jornalismo e o fluxo de notícias (reais ou falsas) nas redes também são estudados.

Narrativas da vida moderna: dos folhetins às séries audiovisuais
Docente: Tatiana Siciliano

Descrição: O projeto propõe, a partir de uma perspectiva histórico-sociológica, refletir sobre as matrizes estéticas e convenções das narrativas dos produtos ficcionais que circulam nas mídias, desde os folhetins do século XIX às contemporâneas series ficcionais exibidas nas múltiplas telas e ambientes midiáticos. Tanto a ascensão do romance no século XVIII, como a serialização das narrativas ficcionais nos folhetins dos periódicos do século XIX são partícipes de novas sensibilidades morais e sociais, de experiências privatizadas a partir do enfraquecimento das relações comunais e da secularização e do crescimento de uma cultura urbana, intensificadas pelos modos de produção capitalistas. Deste modo, as estratégias narrativas e os modos de fruição que provocam o engajamento do leitor/espectador/ouvinte estão imbricados na visão de mundo e ao ethos de um tempo, mas também tomam parte de um jogo entre leitor, autor e obra na busca do reconhecimento de elementos presentes em matrizes narrativas a partir da repetição e na subversão de padrões estéticos e de linguagem na produção da surpresa. Assim, buscar-se-á investigar as permanências e transformações referentes à fruição, ao prazer e à imaginação melodramática acionadas pelas intertextualidades ficcionais.

Narrativas ficcionais na era da convergência de mídias: continuidades e desvios do paradigma estético modernista
Docente: Vera Figueiredo

Descrição: Literatura e cinema vêm atravessando grandes transformações em função não só das tecnologias digitais, mas também pela vasta expansão da cultura midiática de mercado, que, diluindo as fronteiras entre alta e baixa cultura, põe em xeque os paradigmas estéticos da modernidade. Considerando esse contexto, o projeto concentra-se na análise do fenômeno de deslizamento das narrativas ficcionais por suportes e meios diversos, isto é, no processo contínuo de reciclagem das intrigas para circulação por diferentes plataformas. Trata-se de pensar as alterações na hierarquia cultural provocadas pela intensificação, na era eletrônica, desse movimento de intercâmbio, tanto no que diz respeito à literatura, cujo prestígio esteve sempre estreitamente relacionado à aura do suporte livro, quanto no que se refere ao cinema, em decorrência da multiplicação de narrativas transmidiáticas, cujo conteúdo se desdobra em filmes veiculados nas salas de cinema, em videojogos, histórias em quadrinhos e seriados televisivos.

 


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